quarta-feira, 6 de junho de 2018

Como as primeiras músicas mediúnicas foram enviadas?

Por: Emmanuela Barros de Almeida (médium)



No início do ano de 2002, após um longo tratamento espiritual que perdurou 6 meses, eu voltava para a cidade de Marabá, no Pará, onde meus pais estavam em missão do Exército, meu pai Fernando Fernandes era comunicante e prestava serviços na amazônia, morávamos numa linda Vila Militar chamada Costa e Silva, longe do centro da cidade e rodeada por uma mata cheirosa de terra roxa e fresquinha. O sol nem sempre conseguia aquecer a terra do meio da floresta amazônica, protegida pelos batalhões do Exército e muitas entidades trabalham lá espiritualmente. Uma manhã de domingo, eu caminhava para ajudar na evangelização do nosso centro espírita Casa do Caminho, e atravessando a pista interna entre duas vilas ouvi um som muito belo, de uma mulher... ela cantava em inglês... comecei a caminhar devagar pois o som era espiritual e a energia da natureza era muito maravilhosa... Depois, supresa pela presença da entidade, ela se comunicou comigo e disse:
__Você gostou da música?
__Sim, é muito linda! Como se chama?
__The light new age: A luz de uma nova era.
__Ah, pena que não sei inglês!
__Posso traduzir para você no caminho e depois você escreve para não esquecer a tradução.
__Tá certo.

A linda índia morena, reluzia felicidade, amor, leveza e bem estar, era imposível não se admirar de tão linda voz. Cheguei no centro, trabalhei e depois voltei para casa e ela me observava. Ao me sentar na varanda, no final da tarde, tentei escrever a letra no meu papel de carta e estava escrito: ATREVIDA. Como uma marca de estilo adolescente, afinal de contas eu tinha 16 anos ainda.

__Tem algum problema de escrever suas músicas nestes papéis?
__Não, afinal de contas precisamos de uma médium bem atrevida que tenha coragem de contar para o mundo que as músicas são nossas e não suas.
__Ah é?
__Se não contar a verdade, não enviaremos mais nada para você.
__Eu prometo que vou contar a verdade, não tenho curso de música mesmo, só este violão simples de estudante.
__Promessa é dívida, viu? Você vai ter que ter palavra até o final da missão.
__Sim senhora.

Então, Bianca, minha protetora espiritual aparece com um livro cheio de músicas, Alohay, a índia me faz trabalhar 12 meses em sua música, pois Luriel, o artista do violão, teve muitas dificuldades de me ensinar a tocar. Minha casa tinha uma criança de 3 anos que precisava de atenção, um jovenzinho de 14 anos que entrava e saía de casa o tempo todo, uma diarista e minha mãe. Meu pai só estava em casa à noite... Então, durante a manhã, o clima ameno ajudava a inspiração da espiritualidade. Luriel tocava meus braços e me ensinava arranjo por arranjo...

Hoje, esses arranjos estão gravados no palcomp3.com melhorados pelos espíritos Rafael, Shelton e Richard. Era o começo de uma longa batalha que eu não fazia ideia que estava apenas nascendo.

Depois de 12 meses, tínhamos mais de 20 músicas, elas eram lindas, arranjadas do jeito que eles sempre cantavam em hospitais espirituais. Treinávamos muito, comecei a fazer faculdade de pedagogia na cidade à noite e compor e treinar com meus amigos espirituais de manhã... E minha vida era assim, leve até que saiu a transferência profissional de meu pai para Curitiba. Lá, as dificuldades começariam, uma cidade onde a selva seria de pedra, e os desafios humanos eram bem diferentes do povo dócil e amável da amazônia.

Treinamos na evangelização, as pessoas gostavam das músicas. E eu era respeitada, apesar deles não entenderem exatamente como essas músicas vieram. Na verdade, eu li na Bíblia e no Novo testamento que Deus também usa os dons dos jovens e eu acreditava que aquele tempo era importante para eu cultivar virtudes na minha alma. Aos 19 anos, em Curitiba, comecei a trabalhar, e as atividades musicais ficaram para os finais de semana. Aos 21 anos comecei um pequeno grupo de estudos espirituais de evangelização mais avançada e as músicas mediúnicas eram analisadas pelo evangelizador. Portanto, encontrei um rapaz e ele começou a criar problemas nessas atividades e resolvi adiar o grupo, a juventude era bem comprometida com faculdade e seus compromissos e isso me desanimou bastante. Pois as pessoas não achavam que essas coisas espirituais eram tão importantes. Mas Jesus sempre disse que os maiores bens são os do espírito, pois a qualquer momento Deus pode pedir a nossa alma de volta para o mundo espiritual. E todo o resto permanecerá onde sempre esteve e pertence à Terra e não à nossa alma.

Depois de alguns anos contrariando o ex-marido, rezei a Jesus para me dar forças para recomeçar as apresentações mediúnicas. Era muito difícil ser só. Mas era muito pior não fazer nada com a mediunidade. Com a gestação do meu filho Estevão, em 2012, resolvi repensar na vida espiritual, já havia conquistado muitas coisas materiais, estudado bastante, estava com emprego garantido e pensei... Está na hora de tomar coragem, não é mesmo?



__Sim, manu, é a sua vez de decidir o que fazer com toda essa mediunidade já que fazem 8 anos que você não toca para mais de 100 pessoas, uma vez apenas por ano, no festival de arte espírita do seu pequeno centro, é muito pouco para tanto trabalho que tivemos com a equipe de compositores doentes que se curam por meio das emanações que enviamos das músicas deles.
__Louis Alphonse, meu irmão maior e mentor, o que eu faço para agradar as pessoas, se elas não aceitam meu trabalho nas casas espíritas, só querem que eu toque na alegria cristã as músicas dos hinários e eu não sei tocar da forma comum?
__Vamos te orientar a mudar de casa espírita, na hora certa lhe direi onde vamos começar nossa musicoterapia, mas você tem 2 semanas para organizar a sua vida para a tarefa espiritual. Caso contrário terá que recomeçar na próxima encarnação.

Só de pensar em aprender tudo novamente e refazer todo o trajeto, resolvi ajeitar a minha vida, organizar tempo, espaço, filho, troquei de marido, mas foi a solução. Graças a este impulso firme do espírito de Alphonse, temos 27 músicas gravadas das mais de 50 enviadas, e um livro publicado e registrado no Ministério da Cultura. E esta vitória nos alegra a alma mais do que qualquer coisa nesta vida!


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